Velosolex - Economizando feijão.

Téo Mascarenhas - Jornal O Estado de Minas

Com um pequeno motor acoplado à roda dianteira, a bicicleta motorizada resgata uma tradição de mais de 60 anos, trazendo uma nova opção de transporte para o Brasileiro !

Idealizada na França, no início da década de 40, a bicicleta motorizada Velosolex foi feita para quem desejava um transporte individual e barato. Após o término da Segunda Grande Guerra, com as credenciais de baixo custo, manutenção barata e simplicidade mecânica, acabou ganhando fama internacional, tornando-se uma opção viável nos países em reconstrução após o conflito.

E chegou até o Brasil, na década de 50. Hoje, retorna com o nome Velo!Mopex, produzida no  Rio de Janeiro.

Desde sua criação até hoje, já foram contabilizados mais de 8 milhões de unidades vendidas pelo mundo afora, tornando-se um dos maiores clássicos da história da indústria, entre os veículos de duas rodas.

De lá para cá, entretanto, o modelo permaneceu praticamente “imexível”. Quase nada foi alterado, em nome da simplicidade e obediência à filosofia original, razão principal da longevidade e sucesso do modelo.

A simplicidade começa pelo pequeno motor acoplado à roda dianteira, enquanto a transmissão é feita por meio de um "rolete" que fica em contato com o pneu dianteiro. O motor pode ser facilmente desacoplado por meio de uma alavanca, até em movimento, transformando o veículo em uma bicicleta comum. Com um cilindro e 49 cm³ de cilindrada, o motor é refrigerado a ar e produz pouco mais do que 0,5 cv de potência. Se faltar força, principalmente em subidas, a energia auxiliar vem dos pedais, movidos a feijão mesmo...

Entretanto, a “nova” Velosolex tem capacidade de transportar até 130 kg. Montada no Condomínio Automotivo de Xerém, no Rio de Janeiro, pela Óbvio, que também produz automóveis especiais, vai ser nacionalizada progressivamente. O quadro, semelhante ao de uma bicicleta reforçada, é em aço. Todo o conjunto pesa 31 kg. A Velopomex pode receber também bolsas laterais como acessório. Os freios, porém, são como nas motocicletas: a tambor, com 80 mm de diâmetro.

             Câmbio automático

A transmissão tem apenas uma embreagem centrífuga, já que não tem marchas. Para pilotar, nada de complicação: basta acelerar, que a embreagem faz o rolete mover a roda; para parar, basta brecar que, ao diminuir a velocidade, a embreagem libera o rolete.

A velocidade máxima chega aos 40 km/h. Para cumprir a legislação ambiental anti-poluição, o motor, do tipo 2 tempos, ganhou escapamento com conversor catalítico e homologação do PROCONVE/IBAMA.

O tanque de combustível comporta 1,4 litros. Entretanto, a gasolina tem que ser misturada com óleo 2T para lubrificação, na proporção de 3% (30 cm³ de óleo para cada litro de combustível).

A Velô!Mopex tem farol dianteiro e é “emplacável”. Porém, em alguns estados e especialmente nas cidades de menor porte no interior do Brasil, as autoridades acabam fazendo vistas grossas às exigências burocráticas e até a necessidade da carteira, olhando-a apenas como uma bicicleta.